Ninguém quer descobrir na prática o que acontece quando você fica sem óleo no motor do carro. E, temos certeza, você certamente toma o cuidado de verificar a situação do lubrificante regularmente, realizando as trocas no tempo necessário e escolhendo o óleo adequado para seu motor. É assim, não é?
Mas nada impede que a gente descubra através do maravilhoso (e às vezes assustador) mundo da internet. Os caras do Car Throttle descolaram um Mercedes-Benz C180 1994, retiraram todo o óleo do cárter e levaram o carro para a pista a fim de ver quanto tempo o motor duraria em funcionamento. Ou melhor: quanto tempo levaria para que alguma coisa saísse voando pelos ares.
A resposta: mais ou menos dezessete minutos.
Agora, o que aconteceu nestes mais ou menos dezessete minutos para que o motor começasse a falhar cada vez mais antes de, literalmente, explodir?
Pois bem: a experiência consistiu em drenar todo o óleo do cárter (cerca de 4,5 litros), que foi descrito pelo Car Throttle como “preto e com uma aparência muito ruim”, deixando claro que o óleo era velho e que já havia passado da hora de trocá-lo.
Já explicamos detalhadamente a função e as propriedades do óleo lubrificante em uma série especial de posts. Vale recapitular:
– Atuar como um fluído resfriador, removendo calor produzido pela fricção e outras fontes
– Manter-se estável de forma a garantir um comportamento regular durante o período de uso
– Proteger as superfícies contra elementos agressivos formados pelo funcionamento do motor
– Dispersar e limpar resíduos formados durante o funcionamento (limalhas, sujeira, carbonização)
Isto quer dizer que, na prática, proteger os componentes internos de um motor do desgaste causado pelo atrito é só parte da função do óleo. Tão importante quanto é sua ação resfriadora, absorvendo o calor gerado por este atrito e o dissipando enquanto circula pelo sistema de lubrificação.
Sem óleo, mais do que se desgastar, as peças do motor esquentam demais e se dilatam para além de suas especificações recomendadas. A partir daí, começa a espiral da morte: o motor passa a apresentar funcionamento áspero e barulhento. Depois de quase 14 minutos com o motor funcionando sem óleo, o motor dá até algumas travadas. Sem o óleo do motor, uma folga entre os tuchos e os ressaltos do comando é criada, resultando em barulho e mais atrito.
Minutos depois, o esperado acontece: uma explosão no motor do carro, uma nuvem de fumaça e algumas peças de metal saindo do motor. Instantes depois, um pino de pistão, o que significa que foi um dos conjuntos de biela e pistão que não resistiu à dilatação excessiva.
Ainda existe, contudo, uma película de lubrificante sobre alguns componentes chave, como as camisas de cilindro (que até possuem um padrão de ranhuras em “X”, justamente para ajudar a reter um pouco de óleo) e bronzinas. Esta película ajuda a retardar o processo de desgaste por calor e fricção. E, caso o carro tenha chegado rodando ao autódromo, o que significa que o motor já estava bem lubrificado quando o óleo foi removido do cárter. Se esta remoção tivesse sido realizada com o carro parado em uma garagem, certamente a película de óleo sobre os componentes seria bem fina e o teste duraria menos.
Fonte www.flatout.com.br